BNCC: A vez da educação infantil?

“As atividades propostas à criança devem ser bem planejadas, o próprio cuidar não pode ser algo mecânico. A criança precisa ter tempo e espaço para se expressar e o professor tem de estar aberto para acompanhar as reações dela, que serão sempre únicas e pessoais”, explica a assessora pedagógica e formadora Silvana Augusto. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento homologado pelo Ministério da Educação (MEC) e reúne uma série de diretrizes e orientações que devem guiar a educação geral básica nas escolas brasileiras. Princípios éticos – valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.

Outro ponto importante dos eixos da Educação Infantil é o trabalho com a matemática, disciplina que acompanhará os estudantes por toda a vida. De forma lúdica e bem instruída, os pequenos começam a aprender a somar e subtrair e, posteriormente, vão ampliando o contato com a divisão e multiplicação. Por meio da expressão, as crianças aprendem a manifestar necessidades, emoções, sentimentos, opiniões, dúvidas, contrariedades e achados. Por meio do brincar são estimuladas a criatividade, experiências cognitivas e a construção dos saberes, além do aperfeiçoamento de habilidades socioemocionais e da própria socialização.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento

Os princípios éticos estão relacionados às ações e às relações estabelecidas com e entre as crianças, com e entre os adultos das unidades de Educação Infantil e também com os familiares, com experiências e vivências de responsabilidade, solidariedade e respeito. Neste sentido, é preciso intencionalidade na organização do trabalho pedagógico, partindo de saberes e conhecimentos que garantam a participação e expressão das crianças, de modo a promover a sua autonomia. Esses quesitos são primordiais para que as crianças consolidem a sua aprendizagem, afinal, é por meio das interações e das brincadeiras que meninos e meninas desenvolvem habilidades e competências necessárias para a construção das suas jornadas, ou seja, serão marcantes por toda a vida. Este pilar está organizado, primeiramente, em seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, que visam o direito das crianças de conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se.

Conheça os jogos para Educação Infantil que são alinhados à BNCC!

Além disso, os jogos também são importantes componentes de ludicidade, estabelecido na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) como formativa dos eixos estruturantes da Educação Infantil. V – construir novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a democracia, o respeito ao meio ambiente e com o rompimento de relações de dominação de natureza socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa. Entre as metas priorizadas na BNCC, destaca-se a orientação de que a alfabetização seja concretizada até o segundo ano do Ensino Fundamental. Apesar de sugerir uma espécie de aceleração do processo, é fundamental que o tempo de cada estudante seja respeitado e a qualidade do aprendizado deve ser a premissa de todas as atividades.

Estes direitos privilegiam a maneira da criança em interpretar o mundo e conviver com os demais, utilizando a ludicidade como referência, respeitando os princípios da Educação Infantil. Outro conteúdo importante que a BNCC traz é a preocupação com a transição da educação infantil para o ensino fundamental como elemento importante no processo de desenvolvimento das crianças. A Base procura garantir um olhar contínuo sobre os processos vivenciados pela criança, apontando a importância de criar estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição por elas vividos. A educação infantil, educação pré-escolar ou educação pré-primária consiste na educação das crianças antes da sua entrada no ensino obrigatório.

Expressar

Porém, esses grupos não podem ser considerados de forma rígida, já que há diferenças de ritmo na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que precisam ser consideradas na prática pedagógica. Nessa etapa, o currículo deve estar voltado à promoção de aprendizagens e conquistas de desenvolvimento, respeitando os diferentes plano de aula ensino fundamental ritmos, interesses e necessidades que as crianças manifestarem”, explica Beatriz Ferraz. Por exemplo, uma criança de 1 ano e 6 meses já sabe andar, mas ainda não tem muita destreza, fala algumas palavras e elabora frases curtas, usa fralda, come com ajuda, morde os colegas quando algo acontece e lhe desagrada.

Na Educação Infantil é fundamental, para as aprendizagens e o desenvolvimento de habilidades, que as crianças tenham oportunidades de ricas e diversificadas experiências que lhes possibilitem construir, ampliar e utilizar conhecimentos. Coloca ênfase nas experiências das crianças em situações de brincadeiras, nas quais exploram o espaço com o corpo e as diferentes formas de movimentos. A partir daí, elas constroem referenciais que as orientam em relação a aproximar-se ou distanciar-se de determinados pontos, por exemplo. O Campo também valoriza as brincadeiras de faz de conta, nas quais as crianças podem representar o cotidiano ou o mundo da fantasia, interagindo com as narrativas literárias ou teatrais.

Traz, ainda, a importância de que as crianças vivam experiências com as diferentes linguagens, como a dança e a música, ressaltando seu valor nas diferentes culturas, ampliando as possibilidades expressivas do corpo e valorizando os enredos e movimentos criados na oportunidade de encenar situações fantasiosas ou narrativas e rituais conhecidos. O Campo também ressalta o desenvolvimento do sentimento de pertencimento a determinado grupo, o respeito e o valor atribuído às diferentes tradições culturais. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece cinco Campos de Experiência para a Educação Infantil, que indicam quais são as experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva. Os Campos enfatizam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver de 0 a 5 anos e buscam garantir os direitos de aprendizagem dos bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas.